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Entrevista ERASMUS Rotterdam

Entrevista ERASMUS Rotterdam

Questionário:

1. Como surgiu a ideia de participar no programa Erasmus?

A ideia de participar neste programa surgiu de receber no meu email publicidade do departamento de Relações Internacionais da ESELx (a minha escola superior) quanto ao Erasmus, convidando os alunos a participarem numa reunião onde seria explicado no global no que consistia o programa. A partir do momento que fui a essa reunião, ainda no meu 1º ano, decidi que independemente de tudo iria de Erasmus no ano seguinte.

 2. Sabemos que o programa Erasmus tem várias opções. Em qual delas participou?

Honestamente, não entendo muito bem o que isto quer dizer. Opções em termos de duração ou de países? Em termos de designação do projecto?

Se for em termos de designação, fui no programa Erasmus incluido noutro programa designado “Aprendizagem ao Longo da Vida”.

 

3. Como teve conhecimento da existência desta oportunidade?

Além de já ter ouvido relatos de experiências no programa Erasmus de outros amigos, também tomei conhecimento desta iniciativa por parte da minha escola, na medida em que o Departamento de Relações Internacionais enviou emails para os endereços electrónicos dos alunos da Instituição, tal como já referi na pergunta 1.

 

4. Que etapas percorreram até ingressar no programa Erasmus?

Em primeiro lugar fui a uma reunião, ainda no meu 1º ano, com a coordenadora do Departamento de Realações Internacionais da minha escola. Depois, no final do primeiro ano, tive de entregar no mesmo gabinete os impressos das candidaturas, escolhendo 3 instituições internacionais, com ordem de preferência, onde comecei por escolher em 1º Eslovénia, 2º Letónia e 3º Turquia, apesar de desde o início querer a Holanda. O motivo pelo qual não escolhi logo a Holanda foi por o valor da bolsa de estudo ser muito baixa, o que tornava este país um destino pouco viável devido ao elevado nível de vida.

No início do ano lectivo seguinte, logo em Setembro, fui candidatar-me às bolsas de estudo para o Erasmus e como reparei que para Rotterdam os valores das bolsas já tinham aumentado para um nível mais aceitável, então no último momento mudei a minha candidatura para a Hogeschool de Rotterdam.

Só no fim de Novembro é que recebi por correio a confirmação de que tinha sido aceite na instituição holandesa. Fui imediatamente falar com o coordenador de curso para nos aprovar o plano de estudos sugerido pelas coordenadoras holandesas. Ainda nesse mês fui assinar o contracto de estudos, que é um protocolo em que a minha instituição diz que se eu fizer o tal programa me concedem a equivalência dos 30 créditos (número total de créditos mínimos feitos por semestre).

 

5. Em que ano participou no programa Erasmus?

Participei no ano lectivo de 2009/2010, mais concretamente no 2º semestre, de 6 de Fevereiro a 30 de Junho.

 6. Que país escolheu?

Holanda, na cidade de Rotterdam.

 

7. Que curso frequentou?

Frequentei um curso internacional, feito pelas coordenadoras holandesas especialmente para os alunos erasmus (27 no total). Era um curso em que a nossa participação e avaliação era feita apenas em Inglês, não havendo a obrigatoriedade de falarmos Holandês, excepto na disciplina da língua.

 8. Teve novas disciplinas?

Sim, tive disciplinas acerca do que é ser cidadão global, do multiculturalismo, das NEE e ainda de apoio à prática pedagógica, além de que estive 2 meses inserida numa escola básica, em várias salas do 1º ciclo, uma oportunidade que não tinha em Portugal.

 

9. Quanto tempo durou esta experiência?

Esta experiência durou cerca de 5 meses.

 

10. Gostou da experiência? Repetia? Porquê?

Sim, gostei muito e repetia se isso fosse permitido (só se pode fazer Erasmus uma vez, já incluindo licenciatura e mestrado). Foi espectacular, em primeiro lugar porque me permitiu ter mais contacto com o trabalho que se fazem nas escolas, uma experiência que na minha instituição não me era concedida. Aprendi muito acerca das dinâmicas na sala de aula, do que é ensinar meninos que não têm como língua materna a língua oficial do país, de como ensinar determinadas disciplinas e foi possível eu perceber o conceito de “Community School” na Holanda, que não é o mesmo em Portugal. Além disso, foi uma experiência muito gratificante, senti que cresci muito como pessoa, pois é sempre completamente diferente viver sozinho sem estar em casa dos pais (por muito activos que sejamos em casa) e foi óptimo para treinar a expressão oral e escrita em inglês. Também foi bom para conviver com pessoas de outras culturas e de outras nacionalidades, não só holandesas, como também espanhóis, turcos, ingleses, filandeses, gregos, italianos, belgas, húngaros, búlgaros, irlandeses, franceses e alemães. Foi impressionante o choque de culturas e até por vezes constatar que afinal não somos assim tão diferentes uns dos outros.

E claro que foi óptimo viajar pela Holanda, conhecer sítios novos e andar (nos poucos dias livres) pelo país como turista!

 11. Que dificuldades encontrou?

A maior dificuldade que eu tive foi encontrar uma casa com os mínimos requisitos sem ter um preço exorbitante... Primeiro a coordenadora arranjou-me uma casa, mas quando lá cheguei parecia ter sido bombardeada, sem condições e sem aquecimento... Não fiquei lá e continuei com imensas peripécias quanto às casas, sendo que em 5 meses vivi na casa de um amigo de uma colega, na casa de um inglês, num hotel e numa residência masculina. Isto tudo porque casas abaixo dos 500 euros eram para esquecer ou não tinham mobília!

Outra dificuldade que eu tive foi em habituar-me às rotinas holandesas, especialmente no que tocava aos horários de refeições, visto que eles não almoçavam e jantavam às 17h00. No primeiro mês andava sempre esfomeada!

 

12. Tem algum conselho a dar a um futuro aderente ao projecto?

O primeiro, e mais comum, é que tirem o máximo de proveito numa experiência como esta, porque não acontece 2 vezes!

O segundo conselho, e mais importante. é que não se preocupe com o país destinatário, como por exemplo há muita gente que só vai para Espanha ou não vai para um determinado país por causa da língua. A minha coordenadora já nos dizia isto e tenho de concordar inteiramente, na medida em que uma experiência como esta é mais rica quando a realidade do outro país for mais diferente da nossa. O obstáculo da língua ultrapassa-se facil e rapidamente.

Um terceito e último conselho é que, antes de irem nesta experiêcia, confiram bem o contracto de estudos, porque é isso que vos vai dar equivalência das unidades curriculares que estiveram a frequentar e sem isso ficam com mais um semestre para fazer.

 

13. Refira algo que ache importante e marcante nesta experiência que não tenhamos perguntado.

Só queria reforçar a ideia de que, apesar de muita gente achar que no Erasmus não se vai para trabalhar (e a tanta gente acontece isso), no programa que eu frequentei tinhamos de trabalhar muito e eram bastante exigentes connosco. Acho que esse foi um aspecto positivo com muito peso, pois deu-me uma preparação diferente para os trabalhos que fazemos cá em Portugal e porque adquiri muitos conhecimentos académicos novos.

Além disso, também a relação com os professores universitários na Holanda era bastante diferente, pois as aulas não eram tão expositivas, mas sim maioritariamente de debate, onde senti que a opinião dos alunos e os seus conhecimentos prévios interessavam. Outro aspecto bastante interessante que nos foi mostrado foi que podemos todos tratar-nos pelo nome (não os chamavamos por professor(a), mas sim pelo nome próprio de cada um) sem haver por isso algum tipo de falta de respeito.

 

Estudante ERASMUS - Inês M. Sesimbra